Ai! Pois agora toca a felicitaçom de ano novo. Vaia por diante que, pese às minhas queixas e reticências, desejo-vos de coraçom que tenhades um ano novo onde continuem as cousas boas deste, que as más sejam poucas e passem logo e que haja surpresas agradáveis.
E se falo de cousas boas e más é para pedir-vos, se sodes do tipo de pessoas que fam reconto e balance e propósitos de ano novo e tal, que vos regaledes com delectaçom coas cousas boas do ano passado e da vida inteira, cousas que nom queremos que mudem, cousas que nom é preciso carregar de intençons de cámbio e frustraçons, co deslumbrantemente violáceo que estava o mar o último dia, co bem que nos ficam aquelas calças, com esse delicioso detalhe em forma de carícia que nos deixa com cara de parvos, coa curva perfeita do nosso nariz e com esse sinal estratégico, co que um se ri tentando pronunciar zweiundzwanzig ou tentando sacar algum som da tuba, com aquele bico, com aqueles sapatos, com aquele livro, co bem que cozinha a mamá.
E que isso nom mude nunca.
Essas som as contas que hai que botar, nom?E que isso nom mude nunca.
Feliz ano novo a todos!
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