terça-feira, 24 de outubro de 2006

E os sustos atraem o receio.


Trick or treat?



Assustam-me as pessoas inteligentes.
As que sabem mais que mim.
Assustam-me as pessoas guapíssimas, mas assustam-me ainda mais as que me atraem.
As que sabem de que falam.
As que estám seguras dentro e fora de si.
As que sabem o que querem.
As que me buscam.
As que observam.
Assustam-me as que crem que adivinham e, de facto, adivinham.



[Foto tirada daqui.]

Lapsus linguae.

[Lendo um blogue]
-- Como me mola este livro!! ...Digoooo... este blog...

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Eu em vez de pensar, leio. (Chica, inspiro-me!)

Pergunto-me, com estas ânsias contestatárias que tenho às vezes without a cause, se os sentimentos, os estados tenhem que servir para algo? Ou só som? (Só que nom é só que a alguns bem nos custa só tentar ser...).

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Repararam?

Concessom, concessom, concessom. (Com duplo esse, por sinal, que já me corrigim... com duplo esse, por sinal, como possessom ou desassossego). Muito ando eu a conceder ultimamente (vejam-se posts e comentários).

Nem que fosse umha fada madrinha! Ou um génio da lámpada!

Home, génio ter, tenho-che-vos, perguntem a quem quiserem.




Às vezes, passo férias numha lámpada e, às vezes, concedo desejos; mas também peço a lua. Igual que todo o mundo. Nada de especial.

[E, palavreando um pouco, hai muitas cousas que me dam génio... Grrrrr.
Tamém hai dias que dá génio ler-me :P ]

Nota aos comparativos e possessões várias.

Si, si, si, claro que já sei que nom, pessoas nom se tenhem.
Que nom se possuem.

Como eu não possuo

Olho em volta de mim. Todos possuem ---
Um afecto, um sorriso ou um abraço.
Só para mim as ânsias se diluem
E não possuo mesmo quando enlaço.

Roça por mim, em longe, a teoria
Dos espasmos golfados ruivamente;
São êxtases da cor que eu fremiria,
Mas a minh'alma pára e não os sente!

Quero sentir. Não sei... perco-me todo...
Não posso afeiçoar-me nem ser eu:
Falta-me egoísmo para ascender ao céu,
Falta-me unção pra me afundar no lodo.

Não sou amigo de ninguém. Pra o ser
Forçoso me era antes possuir
Quem eu estimasse --- ou homem ou mulher,
E eu não logro nunca possuir!...

Castrado de alma e sem saber fixar-me,
Tarde a tarde na minha dor me afundo...
Serei um emigrado doutro mundo
Que nem na minha dor posso encontrar-me?...

Como eu desejo a que ali vai na rua,
Tão ágil, tão agreste, tão de amor...
Como eu quisera emaranhá-la nua,
Bebê-la em espasmos de harmonia e cor!...

Desejo errado... Se a tivera um dia,
Toda sem véus, a carne estilizada
Sob o meu corpo arfando transbordada,
Nem mesmo assim --- ó ânsia! --- eu a teria...

Eu vibraria só agonizante
Sobre o seu corpo de êxtases doirados,
Se fosse aqueles seios transtornados,
Se fosse aquele sexo aglutinante...

De embate ao meu amor todo me ruo,
E vejo-me em destroço até vencendo:
É que eu teria só, sentindo e sendo
Aquilo que estrebucho e não possuo.

Mário de Sá-Carneiro

Comparativo de igualdade e bobadas várias.

Dou-me conta estes dias de que sem me dar conta até agora as vezes em que gostava dalguém (simplesmente gostar, se é que o acto de gostar pode ser simples, nom falo de paixons profundas, as quais só sinto polo chocolate e polas minhas neuras -- daí este blogue), nessas vezes, o meu pensamento era, depois de maravilhar-me com essas pessoas, o que eu dizia era: "eu quero um como esse". Eu quero um assi.
Nunca "eu quero esse". Quero-te a ti. Nom. Isso seria arriscar de mais nesta vida insulsa. Às vezes era porque essas maravilhas já queriam eles algumha outra pessoa; às vezes era porque sabia, pensava, sei da im-possibilida-de de ter essa pessoa (no fundo é sempre isso); às vezes, as mais, era só insconsciente, sem pensar (no fundo é sempre aquilo).
Eu quero um coma ti.

Atitudes que hai.

(Este desabafo foi umha pequena concessom aos desejos-que-nom-se-dizem, desculpem e desculpe eu.)

terça-feira, 10 de outubro de 2006


Hoje comprei um paraguas por primeira vez na minha vida.
Nunca me levei cos paraguas, metódicos de mais, previsores e responsaveis. Evitava usá-los, a nom ser que fosse estrictamente necesario. Assi acabava feita um pito de pés a cabeça. Tratava-se dumha questom pessoal e, sobretudo, umha concessom a umha caste de pragmatismo extremo, si, senhor: nom o levava por nom o perder.
Simples, nom si? ;)
E também andar com ele sempre pendurado e pingando, que fastio! :P

Pois com isto do paragüitas (é um anano destes "comprimíveis", nom sei qual o nome técnico) dei-me conta de que como nunca aprendim, sempre me metia debaixo do dalguém piadoso e com mais cabecinha q mim, nom sei andar pola vida com eles. Bato contra os paraguas dos demais na rua, nos caminhos especialmente estreitos nom me sei as leis da prioridade e nem se me passa pola cabeça a simples e efectiva operaçom de esquivar polo alto ao paraguas que avança ameaçadoramente de frente mediante umha momentánea elevaçom do meu, etc.

O certo é que andar baixo umha dessas cupulas é como andar dentro dumha espécie de campo de acçom delimitado imaginariamente, como andar dentro dumha bolha de sabão. Claro que hai muitas mais maneiras que usar paraguas para andar como dentro de bolhas de sabão. E dei-me conta de que, isso si, sei andar pola vida dentro de bolhas de sabão.

sábado, 7 de outubro de 2006



Don't make any movement. Just stay there and wait for me.


terça-feira, 3 de outubro de 2006

Pressão

"Conta, conta."
"E que mais contas?"
Um, dous, três, quatro, quarenta mil.
Nom se me dam especialmente bem os números.
Contai-me vós, contai-me.
Contai-me os dedos das maos e dos pés, a ver se tenho os reglamentários ou se confirma umha certa monstruosidade latente. Os olhos na testa, som dous? A b-o-c-a. 1? A língua nom é bífida?
Eu só sei contar cousas que nom som cousas, maldades, penas. Negras.
Inda bo é que vem o inverno a fazer jogo! Inda bo é que o inverno é que tem licença para escurecer as vidas, os céus, as chuvias, o aire que zoa.
Que alívio ter licença...

domingo, 1 de outubro de 2006

Ancha es Castilla...



...


[Imagem: Shraga Weiss]

De finde.

Cuenta la leyenda que la Cueva de Salamanca, no muy lejana a las dos catedrales de esta ciudad, fue el lugar donde el Diablo enseñaba lo que todas las escuelas ocultaban. Donde se encargaba de impartir clases de ciencias ocultas a los estudiantes.