quinta-feira, 31 de maio de 2007

Capítulo possível.

Deixa-me.
Deixa-me porque se nom vou-te deixar eu.

E entom vás querer saber por quê... e eu sabes que a ti nom che nego nada.




[Exercício de estilo emocional, em contestaçom a Ne me quitte pas que soava esta manhã enquanto tal e qual e me vestia.]

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Normalmente, a beleza vem por añadidura, sempre depois da necessidade. Buscar a estética pola estética, tem nomseiquê de teoria da arte ou da literatura, de onanismo da percepçom, de pedido da mão aos cánones ou ás geraçons. A cauda do pavão, os contrafortes románicos, as medas nos anelhos, as galerias das casas coas que um se regala quando passa por Melom e tem que reduzir a 50, as rimas inocentemente nemotécnicas das parémias, as mitocôndrias ou o aparelho de Golgi. O outro nom deixam de ser pretensons, caprichos, bombóns belgas... nom?



[Imagem]
Ou será talvez que, no sentido literal e no idiomático, capo e assobio?


Some practitioners of BDSM enjoy switching — playing both dominant and submissive roles, either during a single scene or taking on different roles at different occasions with different partners. A switch will be the top on some occasions and the bottom on other occasions. A switch may be in a relationship with someone of the same primary orientation (two dominants, say), so switching provides each partner with an opportunity to realize his or her unsatisfied BDSM desires with others. Some individuals may switch, but may not identify as a switch because they do so infrequently or only under certain circumstances. Sometimes individuals switch in just physical roles (top and bottom), and sometimes individuals may switch completely in emotional roles (dominant and submissive) as well. Some switches only switch from relationship to relationship and will stay in that role for the duration of the relationship. (Wikipedia)


[Imagem]



Daquela... será a) ou b)?


terça-feira, 29 de maio de 2007

b) Proposta (vertical).







Porque nom deixas
que o meu sorriso inexperiente
assista aos cursos de formaçom
que oferecem as tuas cadeiras?

a) Conselho (publicitário).



Porque nom mandas
o teu sorriso inexperiente
aos cursos de formaçom
que oferecem as minhas cadeiras?

sábado, 26 de maio de 2007

Nunca pensei que me teria que esconder, conscientemente, digo. Pero si. E fai-se-me raro e ia dizer que nom se me dá bem, pero nom, directamente (por umha vez), dá-se-me mal.
E o caso é que som mui despistada e mui pouco consciente e nom tenho completamente interiorizadas as regras sociais. Aprendim hai pouco a dizer "nom, graças" (antes da reforma do 2003, contudo) e por pura imitaçom, por pura ânsia de nom destacar e de fazer como fam as modelos de integraçom, entre outras cousas. Antes dizia "nom" e, se quadra, sorria.

Como todo converso, acabei abusando. E aconteceu o mesmo co de pedir desculpas; nom pedia muito perdom nem nada, suponho que porque nom via por quê. Do das desculpas já me dera conta hai bem tempo, de que me excedo ás vezes, digo; tanto que agora som quase proformas ou até bordões da língua e continuo sem ver realmente a necessidade de tanto dizer "perdom" e, de todos modos, suponho que sempre só foi umha fórmula que fica bem na boca das señoritas bem educadas. Será simples cortesia, nom sei, perguntem-lhe a Leech ou a um desses.

Essa história de acabar abusando tamém nom contribuiu, imagino, para paliar a minha tendência a ter dificuldades em dizer "nom", entre outras cousas [o de dar (revira)voltas para expressar as cousas é marca da casa].

Mas nom é tudo, porque, além de seródia, essa incorporaçom às regras nom escritas da interacçom social mais ou menos ortodoxa foi imperfeita, reduzida a quatro palavrinhas, certos silêncios e pouco mais. Daí, suponho, as vossas, e as minhas, caras de desconcerto às vezes.
Eu, francamente, nom me importo muito, mas claro...

Boh, mas o que eu queria dizer antes de tanta trapalhada (a humildade é tamém algo que aprendim (aprende-se na mesma liçom que a insegurança, já sabem) e no que no fundo nem acredito nem lhe vejo razons) é que agora que me tenho que esconder conscientemente pois nom sei se darei feito porque nom digo as cousas que tocam, nom toco as cousas que digo (isto já é farinha doutro saco) e presumo que optarei por ficar calada, estar mais guapa e ser invisível (umha das minhas especialidades).


A propósito, cansam-se-me com tanta confissom ou tanta espécie de coraçom aberto pataqueiro? :/ Porque eu devo-me ao meu público e se hai que abrir outras cousas, abrem-se ;). [Que sacrificada lhes som! ;P ]




[Imagem topada por polo bloguerio e que casualmente ilustra um:
Oh darling oh don't you, don't confess... I don't wanna know...]

quinta-feira, 24 de maio de 2007


Ultimamente, a vida está rara. Está como ida, como ausente. A saber em que anda pensando, porque argalhar... duvido. Nom me parece que seja o seu estilo. Eu, pola minha parte, ando ao meu, um pouco sem âncora, mas como tampouco tenho vela o ar nom me marea muito. O certo é que a vida mui normal tamém nunca che foi, mas isto de andar na berça... E agora quê? Deveria buscar alguém a quem levar à horta e chamar por ela? Ou será que foi nas Quimbambas? Espero que se tenho que ir atrás dela tivesse a decência de, polo menos, ir até as Caraíbas, Islândia ou que pilhasse o transiberiano.


[Imagem]

terça-feira, 22 de maio de 2007



Como ultimamente parece que ando de confissom em confissom, agora só me queda dizer que como gosto de tronadas!
E todas as pedras molhadas...

[Imagem]

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Os cámbios, os cámbios... sempre dam medo, bem cho sei. A todo o mundo, nom só a mim por ser assi tolinha. A diferença reside na capacidade de adaptar-se, cousa que eu fago lenta e tristemente, como o balor que vai nascendo no pao co tempo e o abandono. E daí essa espécie de angústia estúpida de orfebre crepuscular. Está o dia aos meus pés, para caminhá-lo como erva fresca ou para deitar-se ao sol. E o único que me ocorre é pilhar o coche.
Esta semana já me fum, em certo modo, mas quero ir-me outra vez. E já me queria ir daquela... sempre estamos igual?
Os que se adaptam num plis, coma quem di, tenhem sorte. Os que nom, pois sempre estaremos igual... nom acham?

sábado, 19 de maio de 2007



Já nom é que nom che poida (ou queira) fazer mais.

É que nom tenho nem por que fazer nada.





(Independentemente da necessidade de razons para fazer cousas.)

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Necessito ter paciência, armar-me dela, fazer umha coraça com ela, um escudo. Porque assi nom podo. Com certeza é mau para a tensom arterial, o coraçom, essa palavra!, e a saúde cardiovascular em geral. Tenho os anos que tenho e sinto-me como umha velha rosmona. Tudo me parece mal, como se só puidesse disentir e contrariar por natureza. Como se interiorizasse umha caste de inconformismo genérico e irritante, umha atitude iconoclasta malentendida, um comportamento destrutivo, umha conduta passivo-agressiva? Porque eu nom chego a berrar "quem te queira, que te compre" mas ganas nom me faltam e que te ature tua nai. E chego a nom saber se é que nom podo convosco ou nom podo comigo.

Nom o tomem como nada pessoal, estimada plateia. É só que estou farta de estar farta.
Haja pachorra!




[Ilustraçom "Paciência", de Cirilo Quartim, topada aqui.]

terça-feira, 15 de maio de 2007

Rendez-vous.

É que se pode combinar com alguém, a priori ou a posteriori, para algo que nom seja botar um canivete a curto, meio ou longo prazo?



[Imagem]

segunda-feira, 14 de maio de 2007


Pois realmente claro que me creio em possessom da verdade!
E assim, compreendo mas nom comparto.


(O qual é como ter cousa nengumha porque todos sabemos que a verdade nom existe).




Que respeito me teria se nom? ;)
(E colho e actualizo o teste de onte com mais um lema que me esquecera!)
[Imagem]

sábado, 12 de maio de 2007

Tentei fazer-me o aviom, adiar a cousa a ver se nom se notava... Mas se mo pedem assi! Umha tampouco é de pedra. E depois de dous convites formais, nom tenho outro remédio.

Já mostrei algumha vez a minha repulsa ao isso de ter cousas favoritas. Antes era porque simplesmente entre a minha natural falta de critério ponderado moderadamente e o tradicional desleixo e capacidade de andar nas nuves nom me permitiam fazer muito caso a isso das cousas favoritas, mas agora é umha atitude vital e pura ânsia contestatária. De todos modos, tentarei fazer o test, mas que conste que será tudo improvisado e seguramente bastante inexacto. Mira que nom haverá cousas mais interessantes para perguntar!! Tomarei-no como umha oportunidade para ir de guai :P

Cuestionario Proust

O principal rasgo do meu carácter? Nom sei. Ultimamente diria que a irritabilidade, mas nego-me a crer que isso seja o principal... Inda hai pouco me descreverom (na brincadeira, eehh) como mentalmente instável e ninfomaníaca depressiva. O que hai que aturar!!

A calidade que prefiro nun home? Inteligência, sentido do humor, autoconfiança, excentricidade.

A calidade que desexo nunha muller? Inteligência, rebeldia, capacidade crítica, excentricidade, sensualidade.

O que máis aprecio nos meus amigos? Mmmmmmm. A complicidade, rir-me com eles e que nom lhe dêem grande importância às minhas neuras.

O meu principal defecto? Um sentido exagerado do ridículo, que me importo bastante com a imagem que dou.

A miña ocupación preferida? Dormir, hahahaha.

O meu soño de dicha? Liberar-me, alcançar algumha caste de harmonia pessoal.

Cal sería a miña maior desgraza? Dar-me conta de que passou o tempo sem passar nada e nom vivim.

Que quixera ser? Rica!! :P

Onde desexaría vivir? Primeiro andar polo mundo, practicamente qualquer lugar mas se som muitos melhor. Depois, em certa aldeia no Ribeiro, na beira esquerda do Minho. Ou entom nalgumha aldeia da ribeira do Minho (mas no sul, contra a Raia ou por aí: Arbo, Crecente, as Neves, Salvaterra...) ou do Morraço (preferentemente desde onde se veja bem a ria e as Cíes).

A cor que prefiro? As cores queeeeeentes: encarnado, laranja, amarelo, rosa...

A flor que prefiro? Sinceramente, nom tenho reflexionado especialmente sobre flores!! Sabe deus... Ah, já sei! Magnolias! E papoulas.

O paxaro que prefiro? Pois tampouco reflexionei nada sobre páxaros, assi que... assi de repente... por exemplo, o merlo, a garza, as pegas, coitadas.

Os meus autores preferidos en prosa? Pois assi de repente Cortázar! Também Augusto Monterroso. Ou Mia Couto talvez, Eça de Queiroz, Saramago talvez, Luís Bernardo Honwana que escreveu um livro delicioso (Exupéry pola mesma razom entom)...

Os meus poetas preferidos? E assi de repente: Pessoa, Cortázar outra vez, Adília Lopes, Ronseltz...

Os meus heroes de ficción? Calvin e Hobbes!! Tamém o gato com botas de Shrek, hehehe.

As miñas heroínas de ficción? Os seres mitológicos femininos (mouras, deusas... encarnaçons do mal, ciclo vida-morte, practicamente todos eles, mas isso de que sejam de ficçom... :P nom che sei...). Mafalda e os outros. As mulheres guerreiras, como por exemplo as amazonas.

Os meus compositores preferidos? Pois vou-lhe copiar à Aultre e pôr tamém o que ando escuitando ultimamente: Rita Lee, Tom Zé, Ani Difranco, Pastora, Los delinqüentes... Buf, isto de nom ter critério definido dificulta bastante fazer este tipo de testes.

Os meus pintores predilectos? Pois nom tenho. Que vergonha! A ver, assim rapidamente que me venha à cabeça algum... Os desenhadores de pinups (especialmente Duane Bryers, adoro a sua Hilda, recente e deliciosa descoberta)...

Os meus heroes da vida real? A gente da resistência em ditaduras ou similares, os povos indígenas que mantenhem as suas culturas e vivem à margem, as pessoas que som capazes de buscar a liberdade e a harmonia de maneiras pouco ortodoxas, os que sabem que o impossível é o único possível. As mulheres que nom se depilam! As nais.

As miñas heroínas históricas? Maria Balteira, a papisa Joana (seja real ou nom, e também recente descoberta, por sinal), as mulheres que forom capazes de destacar quando e onde era difícil.

Os meus nomes favoritos? Vam ter que valer topónimos: Veighadalém, Barcela, Sibei, Santa Baia, o Penedo do Frade, a Canelha do Forno, Nogheiró, Deva, Portoaughavelha, Rebordecham, Cruxeiras, as Ameixeiras, Covelinho das Laceiras, a Ibia, a Eira da Cobra. Os nomes de meus irmans; Miranda, Hildegart, Baia, Marinha, Sara (nomes com “as”), Ges, Fins, Tiago, Roi/Rui, Marcelo, Mário, Dario, Cástor, Óscar (nomes graves que acabem em –r), Amaro/Mauro.

Que detesto máis que nada?
A deslealdade; que nom se ataquem os problemas de raíz e assi nunca se solucionem as cousas de verdade; a falta de atitude.

Que caracteres históricos desprezo máis? Os maus :P. Os cruéis que gozarom de poder. Mas nom sei se é pior os que se supunha que iam arranjar as cousas e afinal acabarom igual que o que combatiam. Afinal os maus já se sabe o que hai, mas os que se supom que deveriam ser diferentes...

Que feito militar admiro máis? A Revolução dos Cravos.

Que reforma admiro máis? Suponho que ainda está por fazer. Mas a emancipaçom feminina, o laicismo e a liberaçom sexual som um começo.

Que dons naturais quixeras ter? Paciência, valor, equilíbrio, intuiçom e sabedoria. E beleza e atractivo, claro! Nom nos vamos fazer agora as profundas e intelectuais ;)

Como me gustaría morrer? De velha, depois de ter vivido, de morte natural e tranquila.

Estado presente do meu espírito? A vê-las vir.

Feitos que me inspiran máis indulxencia? O que se fai sem querer, sem má intençom ou com boa mas acaba torcendo-se; os que som produto do medo ou para evitar males maiores.

O meu lema? Tudo é simples. Cada um tem direito a estragar a sua vida como queira. Compreendo pero nom comparto.

domingo, 6 de maio de 2007

Inocência 0.

Claro que creio. Ainda que tu aches, penses, julgues, creias que nom creio, claro que creio. Creio em ti como numha flor que se abre diante minha. Creio nisso teu como nalgo inegável, como creio na harmonia do universo, tam inconcebível quanto indiscutível. Creio em ti como na estrutura cristalina que se dá à luz nos cristais de seixo que nascem nos caminhos dos montes lavados da chuva. Creio-te sem pensar, sem questionar-te, como acostumo crer todas as cousas essas. Porque no momento em que o pensasse, iria-me abrumar a impossibilidade. Porque o sei dentro de ti, como as fontes nesses pátios interiores ou os coraçons batendo dentro dos peitos, por isso cho creio, mas nom porque me colha na cabeça, nom porque o ache (fáctivel). Por isso nom necessito provas disso teu indemonstrável que nom cansavas de repetir. Creio-o da mesma maneira institintiva em que balanço, em que vou e venho contigo entre as pernas.


(Imagem)




Eu diria que umha vida começa a perder sentido quando os domingos vam deixando de ter significado.

quinta-feira, 3 de maio de 2007


Eu... encontrei
isto por ... (sem andar à procura de nada conscientemente) e decidim linká-lo... sabe-se lá por quê.