quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Felicíssimas festas (retroactivas e activas) a todos os coitados que tenhem a paciência de ainda passar por este ermo ocasionalmente.

Que tenham sido boas as passadas e sejam ainda melhores as que estám por vir mas, sobretudo, fagam-me o favor de nom escatimar as espirituosas, que ainda que desta nos livrassemos vai ti a ver se os maias se enganarom nas contas e, de todos modos, tanto com apocalipse mesoamericano como sem ele tal como está este mundo toda ajuda é pouca para i-lo levando.



Por outro lado, o mundo pode acabar em qualquer momento, por isso, ale, beber, comer e gozar, que nunca se sabe.


[Imagem Fin du monde 2012 de Christopher Dombres / / CC BY 2.0]

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sem-fim

Entre os posts sem ler que abarrotam o leitor de feeds e os posts por escrever que se me amontoam na cabeça vam-me comer!!





Por nom falar de récuas de e-mails e todo tipo de cousas pendentes. É preciso dar-lhe um jeito a isto já.

[Imagem Spirale mystique V2 de gwenboul / / CC BY-NC-SA 2.0]

sábado, 29 de setembro de 2012

Actas, notas y diligencias

1. Já nom me lembrava da tranquilidade de espírito que dá ter a casa limpa como umha patena. Ou quase. Só a partir daí se pode conquistar o mundo.

2. One thing at a time.

3. Nom me entendam mal, nom é que a casa parecesse exactamente umha leonera. Simples desorganizaçom básica, papéis ciscados, omnipresentes farangulhas, formaçons cársticas no banho, o típico.

4. Referência algo atrasada, mas encantou-me a vida do Diputado Tijeritas. Se eu fosse moderna e estivesse metida nalgumha dessas redes tam paveras dos social media faltaria-me tempo para propor que os usuários nos deleitassem com a sua criatividade oferecendo réplicas mordazes cada qual mais engenhosa sobre as actividades do simpático Tijeritas e os da sua espécie.

5. Dios nos dea ira que paciência já nós a temos.

6. Talvez alguem, que esteja a desfrutar de um exílio investigativo no estrangeiro, claro, deveria começar a estudar as conexons mente-casa, que num arrebato de loucura neológica poderiamos chamar psicodomóticas, responsáveis de que um fregadeiro da cozinha sem manchas de cal equivalha a umha iluminaçom transcendental.




[Imagem publicada por clotho98 sob licença CC Attribution-NonCommercial 2.0 Generic (CC BY-NC 2.0)]

domingo, 2 de setembro de 2012

A cachos

Mal começaram e já os dias de praia estám over. É o que tem aterrar na ilha no coldest and wettest August in the last 100 years. Melhor nem pensar no que nos deparará Setembro...
Um dos problemas é que ao nom ter andado muito descalça pero si em sandálias nom me deu tempo a uniformizar a cor dos pés... Agora debato-me entre manter estes exóticos pezinhos de tigre ou comprar algum tipo de auto-bronzeador e tentar obter um bonito e alaranjado fake-tan que dissimule as marcas para que noutros sapatos nom pareça que acabo de vir de ir às patacas!

Pés de tigre

Do corpo nem falemos. Polo menos ao estar branco inteiro vive-se com umha certa harmonia, umha coerência, umha estabilidade, umha organizaçom, por dios. Que esta assimetria vital acaba com qualquer um!



Folding chair - Regina Spektor


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Foto minha!! Depois de andar a fuchicar coas cores, filtros, tamanhos etc.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Nenas

Hai umhas semanas estando eu tranquilamente cumprindo com rotinas domésticas a tomar um Compal de manga em certa vila minhota fum testemunha de umha enternecedora cena familiar.
Parece-me lembrar que se tratava de tres ou quatro adultos no que se diria ser a metade final da meia-idade, seja lá o que isso for, e umha neninha de uns 7 ou 8 anos, mais ou menos, que som péssima para deduzir o tempo dos rapazes (ou dos adultos, para o caso), toda bonitinha, lourinha, co cabelo encoracoladinho até a metade das costas, como sacada de anúncios de detergente protagonizados por anhos branquinhos ou de papel higiénico com cadelos em papel estelar, que andava saltaricando daqui para ali, entrando e saindo, berrando e fazendo o que se entende em geral por cousas de nenos de nenos repunantinhos, dito seja. Esta querubina devia ser, penso eu, a neta ou a sobrinha-neta de alguns dos senhores.
Nisto que, numha das suas idas e vindas, entra a nena a gesticular e saltar como umha mona (literalmente e com bastante talento em realidade). Mas por se nom estivesse suficientemente claro com o espectáculo audiovisual considerou necessário anunciar aos berros o seguinte:
Sou um macaco! Sou um macaco!
Perante o qual, a tia ou avó ou tia-avó for ali presente nom tivo mais remédio que exercer com certeira responsabilidade o seu papel de educadora e apressurou-se a repreendê-la suavemente:
No. Lo que eres es una señorita.


someecards.com - And remember, it's never ladylike to exceed the number of your age with the amount of men you've had sex with....

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Este post destina-se a todos os pobres ignorantes que no mundo hai pouco familiarizados com como se deve comportar umha señorita. Polo menos que saibam que nom inclui fazer o baile do gorila.
Adicionalmente, a quem quiser aprofundar na matéria, recomenda-se o imprescindível Manuel de civilité pour les petites filles à l’usage des maisons d’éducation de Pierre Louys (texto completo em francês e em espanhol, nom dei topado em português mais que fragmentos).
Nom me agradeçam, é dever (e obra de misericórdia, seja lá o que isso for) de señoritas bem educadas ensinar a quem nom sabe.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Dia de sueto

Depois de de um par de tentativas descartadas num caloroso e longo Domingo de exploraçons sobre rodas e a pé, sobre pedras e entre dunas, chegar ali e nom se banhar just wasn't an option.

E quem iria pensar que o Mar do Norte teria a auga tam quente!




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Como deixara a câmara na casa, pois tivem que apanhar algumha foto de tantas que havia de Holkham Beach por aí polas internets adiante: imagem de Jim (jaytay) baixo licença CC Attribution-NonCommercial-ShareAlike 2.0 Generic (CC BY-NC-SA 2.0).

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Pêlos

Cada dia tenho mais pelo. Ainda que, bem mirado, com este verao impostor talvez seja umha vantagem evolutiva. Sem contar com que o que torna o frio, torna a calor, assi que daqui a uns meses quando nos estejamos a asar ao sol de Sam Martinho seguro que também me há de valer para dar sombra e fresquinho.E ademais, quem sabe, tal e como estám os tempos é possível que me sirva para lavrar-me umha fulgurante carreira no fabuloso mundo do circo como mulher barbuda e solucionar-me o futuro.
Always look on the bright side of life.

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Que remédio! (por outro lado)

[Imagem de Alicia Borges em ¿Dónde está mi elefante?, baixo licença CC Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported (CC BY-NC-ND 3.0)]

quarta-feira, 30 de maio de 2012

E-162


Haverá cousa mais divertida com que cozinhar q'a remolacha?







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Collage meu, naturalmente. Impossível escolher só umha foto, essa cor!
Recomenda-se clicar nas imagens para umha experiência de apreciaçom plena.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Rabiosa actualidad

Ultimamente, o feito de ler a prensa equivale a um prolongado momento de "nom quero mirar, mas nom podo deixar de mirar" coma esses característicos de certas cenas desagradáveis como operaçons, accidentes, filmes míticos de canibais, desempregos galopantes ou os típicos desmantelamentos dos serviços públicos no meio de flagrantes corrupçoes legais e morais.


Quel horreur ! Je ne veux pas voir ça !

E isso tudo sem sequer chegar à secçom de "Internacional"...
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Talvez o problema nom seja a prensa, mas o mundo. Ou, melhor dizendo, a fracçom de mundo que se nos permite ver.
[Imagem]

domingo, 6 de maio de 2012

Vícios


Antes era adicta à cafeína...


pero agora descobrim a canela!








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Mmmmmmmm, chai! Que rico, mamasinha. Nom che é o chai "verdadeiro", digamos, senom de bolsinhas, mas ainda assi, que vicioso é, caramba, de dia, de noite, à merenda, a todas as horas! Isso si, sobre as alegadas propiedades libido-estimulantes da canela nom me fagam comentar, que nom quero ser responsável de desmitificaçons nem desvalorizaçons, que já bastante temos com primas, e nom das que se arrimam precisamente.

terça-feira, 1 de maio de 2012


Nestas setentrionalidades em que nos encontramos desde a última semana nom para de chover (a anterior nom sei, nom contesto). Nós, claro, já estamos avisados de que, entre outras cousas, a auga de Abril enche o carro e o carril. Mas aqui deve ser raro que até hai perigo de cheias e seique dizem os jornais que foi o mês de Abril que mais choveu desde os últimos... bueno, o de sempre parece claro que estadista meteorológico deve ser dos ofícios mais solicitados nos últimos tempos.

No entanto, já estamos a primeiro de Maio, continua a chover, falta fai, pola seca, entre outras cousas, e penso que concordarám comigo em que muitos chuços fazem falta!



A cántaros - Pablo Guerrero

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Com sorte, a auga ajuda-nos a espabilar nestes tempos em que um já nom sabe se é melhor ler os jornais ou nom os ler, num delicado equilíbrio entre o desconsolo, a raiva e o espanto, de sobressalto em sobressalto andamos!
Fala-se muito de "desmantelamento" e, em efeito, nom sei vós, mas eu tenho a sensaçom de estarmos dentro de umha casa mentres chegam uns macaquinhos que começam a levar o telhado, as portas, o chao, e nós ali coa boca aberta, "pero... pero... nom pode ser, está a passar isto de verdade?", sem acabar de crer o que está a passar, assistindo ao saqueio paralisados, embargados polo estupor, pasmados, em choque.


[Imagem]

quarta-feira, 25 de abril de 2012

25





Vampiros - José Afonso


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Passa o tempo mas tudo continua vigente. Para que depois falem em nom-sei-quê trasnochado e se ridiculizem discursos por anacrônicos e antiquados quando ainda nos vamos ver obrigados a desenterrar mosquetons e guilhotinas metafóricas, mas sem desmerecerem em eficácia.


[Imagem de Coniac Publishing em FreeStockPhotos]

domingo, 8 de abril de 2012

All i oli ou a sorte do principiante

Talvez porque o outro dia me sentia parcialmente optimista ou porque simplesmente quis tentar a minha sorte meteu-se-me na cabeça a ideia de tentar fazer alioli. A mão. Porque a pouca tecnologia que havia disponível em forma de batedora está fora de combate.

Depois de um breve período de documentação pola rede adiante, porque não sabia que quantidades e ingredientes, além dos óbvios, levaria ou que técnica haveria que aplicar, mas intuindo que era deste tipo de preparações mágicas e delicadas como a maionese, o pil-pil, o souffle, que não se sabe se são realmente possíveis ou, polo contrário, se são da natureza dos biosbardos, deparei-me efectivamente com maus agoiros e premonições e truques variados (como engadir ovo) destinados a evitar fracassos estrepitosos.

Como resultado, foi com certa apreensão, poucas esperanças e energia decrescente que comecei a remexer os ingredientes básicos, como o próprio nome indica, no morteiro: um pouco alho e azeite. E sal.

Minutos, horas e dias passavam, dá-lhe que dá-lhe, mas àquilo não se lhe viam pintas. Até que de repente, assim como do nada, funcionou!!!


Não se aprecia na foto, mas o morteiro é pequeníssimo, do tamanho da palma da mão. A quantidade que saiu era mínima ou, melhor dizendo, adequada para experimentar, não fosse ser o demo, e o sabor manifestamente melhorável (demasiado alho e demasiado sal) mas... emulsionou!

Seria só a sorte do principiante, mas, ah, a satisfação da ousadia recompensada não se paga com dinheiro. Agora sim, terei-no que repetir algum dia para ver se foi que aquela vez estavam os planetas alinhados ou se é que realmente se pode fazer.

De todos modos, toda esta longa e accidentada introdução era só para falar do fascínio hipnótico que este tipo de tarefas mecânicas, manuais, repetitivas exercem em quem as realiza. Esse efeito calmante, quase anestésico, proporciona pouco menos que uma espécie encantamento e a necessária tranquilidade mental que tanta falta faz em tempos de tormento e tribulação.

Por outro lado, a magia fisico-química que se produz nos lípidos ou nas proteínas é incrível. Assistir a uma transformação estrutural dessas de primeira mão, nunca melhor dito, resulta-me assombroso.

Como lógica consequência e polo bem da minha, ahem, linha, estou a considerar se deveria conseguir um rosário e começar a rezar a novena, que deve ter um efeito narcótico similar. Tudo seja pola absorvente sensação de relaxação e por preservar a (pouca) saúde mental que ainda resta.

Em definitiva, um torturado prazer em que o pulso se ressinte um pouco, mas prazer que bem vale uma que outra cambra no bracinho resignado, sempre que seja por uma boa causa.

Para terminar, informar de que hai dous dias estivem a montar nata para morangos. A mão, naturalmente. Podem tirar as suas conclusões.

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Deus bendiga as licenças poéticas!

domingo, 11 de março de 2012

Sangre, sudor y lágrimas


O pior é pensar que os passos atrás podam ser irreversíveis. Que, mesmo no retrocesso mais pequeno, nom vai haver volta atrás. Que o possível caminho de regresso, inúmeras décadas à frente, nom será menos longo, árduo e anguloso que o que traçarom os passos iniciais desde aquele ritualizado maio de 1886.

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O de "podam ser" é porque hoje era o dia ingenuamente optimista da semana.


[Imagem]

quinta-feira, 8 de março de 2012

8 de Março





Light my fire - Eliane Elias

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Tentando contribuir em modesta homenagem a um 8 de Março qualquer. Com uma trilha sonora de ouriçar-se e derreter completamente, mmmm. Que sirva também de desculpa para lhe pôr lume ao que faga falta, que muita falta fai.


[Foto: Couple de Christphoto]

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Espabilar


Parece mentira, a quem lho contes nom cho crê, mas ter tenho mais de dous e de três e de quatro posts listos para publicar desde hai meses. Meses!

Nengumha desculpa é boa, está claro, mas em Novembro quando me parecia que quase começara a encarrilar chegou o resultado das eleiçons, que si, que já se sabia, e ainda assi foi como se me caisse o mundo em riba.

Nessas circunstâncias postar qualquer banalidade das minhas seria quase um ultraje!

Depois as festas e o ano novo, que até Março já se sabe, viagem para aqui, viagem para ali. Que nom hai maneira. Enfim, realmente, mais que durmida, já pareço momificada.

E, total, para quê? Pouco e pouco vai morrendo tudo, nem que seja metaforicamente e nem que nos estivessemos a deslizar de forma indefinida até o outono sem haver primavera que nos valha.


Por pouco - Mundo Livre S/A

[Imagem]

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

E quarenta noites

Pieter Brueghel o Velho, A batalha entre o Carnaval e a Quaresma (1559)

Por diante, quarenta dias de retiro espiritual, meditação, temperança, caridade e penitência. E oração:

Pai nosso, que estais no Céu,
durante esta época de arrependimento,
tende misericórdia de nós.
Com nossa oração, nosso jejum e nossas boas obras,
transformai nosso egoísmo em generosidade.
Abri nossos corações à vossa Palavra,
curai nossas feridas do pecado,
ajudai-nos a fazer o bem neste mundo.
Que transformemos a escuridão
e a dor em vida e alegria.
Concedei-nos estas coisas por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amém.

Oração para a Quaresma (via)