domingo, 20 de setembro de 2009

Actas, notas y diligencias (retrospectiva)

1. Ao que parece, segundo comunicaçons cibernéticas que me chegarom no seu momento, o dia 31 de Julho fora o dia do orgasmo. Vou atirar-m... digo... caír no tópico hormonal ou estival que se espera da juventude de hedonista da qual já queria ser eu umha representante tipo e que me perdoem os dias das letras e as línguas pero o dia do orgasmo quero pensar que estaria melhor que fosse todos os dias

2. A revolução segundo Adília Lopes, que eu lia em tempos, explicava-o, ao meu ver, bastante acertadamente:
[...]
Eu quero foder foder
achadamente
se esta revolução
não me deixa
foder até morrer
é porque
não é revolução
nenhuma
a revolução
não se faz
nas praças
nem nos palácios
(essa é a revolução
dos fariseus)
a revolução faz-se na casa de banho
da casa
da escola
do trabalho
a relação entre as pessoas deve ser uma troca
hoje é uma relação de poder (mesmo no foder)
a ceifeira ceifa
contente
[...]

3. Nom porque trabalhasse arréu nem por exaltaçom nacionalista climática do proverbial mal tempo galaico, pero o certo foi que nom me molestou demasiado o verão indeciso e/ou intermitente que tivemos.

4. Em realidade, eu tamém levo uns meses razoável e intermitentemente contente.

5. Tamém é certo que che hai dias dum passivo-agressivo que nom me aguento nem eu.

6. Este ano está a ser um dos anos mais loucos que já tive, partindo já de que nom hai ano que nom seja um pouco louco. E nom é por dar desculpas de mal pagador, mas juntarom-se a fame e as ganas de comer e vaia três pés para um banco: desventuras profissionais com falta de profissionalidade, tribulaçons pessoais, desgraças, amores, alegrias, saúde e grampas, convalecências, férias com mais trabalho e sem sol, incertezas profissionais e com falta de profissionalidade outra vez; estudos, estados e estádios alterados; descobertas de paisagens internas e exteriores. Tudo sem ordem cronológica. Recapitulaçons nunca forom boas.

9. Se nom quedei até a ponta do nabo do trabalho dos topónimos é porque o nabo do que som usufrutuária está até a sua própria ponta doutras tarefas.

10. E agora, sem retrospectiva, agora mesmo, caiu a primeira incerteza, mas vem um mar de mistério atrás dela. Mudança de etapa, estava quase cantado, mas ser foi de uma hora pra outra.

Sorte e azar - Pato Fu

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Coloreando II





Summertime - Billie Holiday


[Imagem de Richard Bee, do projecto Fluffytek]

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Como se tenhem sentido algumhas queixas de que a este verao se lhe caem os colores, pensei que algo havia que fazer para subir-lhos (se também sobem os calores, aí nem pincho nem corto). Antes de que se vaia... ou venha... ou o que raio ande a fazer, e inda que para isso, parece mentira?, haja que recorrer a umha foto a preto e branco.

sábado, 5 de setembro de 2009



Como vem sendo tradicional, o tempora, o mores!, nom podiamos deixar passar o verao sem o post dos mosquitos (por nom falar doutro tipo de bichos). Este ano retrasou-se (o post, entenda-se) igual que se retrasarom os calores, mas chegar, finalmente, chegarom.
Resultado: picadas um pouco mais exóticas do habitual no meu caso. Debaixo dun olho e na man esquerda (concretamente no pulgar e na palma da man!) Por se isto fora pouco, as minhas actividades cinegéticas a altas horas da madrugada resultarom em todas as ocasions absolutamente infrutuosas. Se será da idade (que os anos nom passam em vão e já alá vai outro e mais um mês , e graças a deus!) ou do aparvamento que tenho em riba, já nom saberia dizer. As enruguinhas e os cabelinhos branquichinhos votam pola primeira possibilidade, mas o alegre negrom que tenho no braço após umha veemente colisom contra o pecho da porta quando ia tranquilamente (bom, se quadra nom era tam tranquilamente) polo corredor já se inclina mais pola segunda opçom.
(Muito -inho, -inho, mas horreur!)


[Apropriada imagem daqui]

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Nunca me gostou a etimologia. Deve ser porque me parece um hobby que vestem de academicidade, já sabem, com o pucho este que os graduados atiram para o ar nas pelis americanas, as túnicas, e por aí fora. Mas, quem sabe, se cadra o ideal seria que todas as disciplinas foram no fondo um hobby difraçado de seriedade porque afinal tudo vai ficar aqui. Em qualquer caso, a etimologia é como fazer umha colecçom de calendários, moedas ou cromos e deve ser por isso que me irrita, nunca se pode chegar a umha conclusom definitiva! Por isso comecei a aborrecer os topónimos, que parece que nom som ninguém se nom levam aparelhada umha, por peregrina que ela seja, explicaçom sobre a sua milenária origem, e como a vida é umha ristra de contradiçons e incoerências, alá eu me vim eu a dar-lhe a volta a topónimos, exónimos e família para ver que fixerom com eles em certos textos de cujo nome nom quero fazer memória.

Haja pachorra!


Metamorfose ambulante - Raulzito Seixas



[Imagem]

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Coloreando I







Estamos em condições de afirmar que nunca se tenhem demasiados bolsos ou sapatos.
O que hai é demasiado pouco espaço para guardá-los!












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Se o mundo anda descolorido, que dizem por aí, polo menos podem-se buscar maneiras de dar-lhe cor, ou? Eu de momento comecei por comprar uns sapatinhos vermelhos! Por crear ambiente, mais que nada.