O tempo passa circunspecto, quase me parece que o estou a ver desde o quício da porta a mirar com umha mistura de reprobaçom e preocupaçom. E mira-me a dar voltas, mira-me de que me vê e de que estou mesmo, vaia, mas tamém nom vê nada.
Só este tédio e a um tempo esta necessidade quase quase desesperada de espabilar. E contudo, nada.
Nada? Recuso-me, caramba! Mas deve ser que nom me recuso com a suficiente intensidade, vontade, verdade, habilidade ou, eu que sei, palavras dessas que acabam em -ade.
Cotidiano e Você não entende nada - Chico Buarque e Caetano Veloso
[Imagem]
7 comentários:
Sinto incapacidade para comprender tanta complexidade... mais... grazas pola canción, ten moita sensualidade e complicidade mesmo... de cofrade
: P
Curiosamente, fronte a condado, eu sinto esas palabras moi próximas, tanto que hai días en que reflectirían exactamente o que sinto.
A imaxe perfectamente elixida.
Saúdos.
Nisso consiste a vida, nom?
Condado! De nada. Qualquer desculpa seria boa para postar umha cançom dessas! :P
Graças polo teu comentário, X. A afinidade e a concordancia nom sei se som para congratular-se, mas enfim. :-) O bom mesmo é que vinhesses por aqui e que que andes por aí e voltando, parece!
Jorge, nom, eu som da opiniom de que nisso nom consiste a vida [que lho digam ao Condado, que nem sabe de que se fala :P]. Isso é mais próximo a desviver, diria eu. O que pode ter de vida eu penso que é a desesperaçom ante o tédio e a sensaçom de que o tempo que passa e se escapa e nós a vê-las vir e a deixá-las ir... Quanto tempo, por certo!
Pois eu non digo nada, porque xa recusei. Creo. Certezas non teño.
Se dalgo teño certeza é de non ter ningunha.
E espabile,ande, que llo pide o corpo :-)
Tamén será que de London á Paradanta haiche un bo buraco por encher, non?
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