sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Outono, ou nom


Boh, eu queria escrever sobre o outono, que por fim parece que chega, polo menos nestas latitudes. Mas nom queria escrever sobre o outono, que por fim parece que chega, polo menos nestas latitudes, dessa maneira mil vezes vista em que se enche o ambiente de suaves tons amarelos, de árvores espidas e o cham de alfombras de folhas secas e bucolismo e assi. Entom, presa do maior desespero, decidim recorrer à internet à busca de textos, poemas ou algo que me pudesse servir de inspiraçom para saír do impasse, que é um estrangeirismo censurável mas quê? Nom para copiá-los ou imitar o tom e o estilo, senom simplesmente para ir entrando no clima; e tudo para chegar à conclusom de que, meu deus, como me cansa todo o palavrório litúrgico arredor da literatura.

Em realidade, o que eu queria dizer mais exactamente era que o verao se vai indo, a deshoras, parece, mas desaparece no horizonte. Porque tenho certa debilidade polo período entre solstícios, será pola erótica da decadência, esse começar alvoroçado de horas de luz que vai minguando minguando até que cheguem santa Luzia e a galinha e a nai que as botou para começar a abrir o ciclo outra vez, seiva nova, força e insolente primavera.

Também queria falar sem falar de voltas e reviravoltas, mas no fundo nom queria porque a constância em mim adquire umha versatilidade sinceramente irritante.
Mas falar tanto do tempo meteorológico quanto do tempo cronológico é em si bastante enojoso, superficial y vulgar. Em especial, considerando os terríveis tempos que correm e os maus ventos que sopram.

[Foto minha, redimensionada]

7 comentários:

condado disse...

Pois entón a foto tería que estar ao revés, e ter tres cuartas partes de reflexo e irrealidade e unha da referencia dese atardecer invernal. Eu pasei de camiseta a abrigo nunha semana (será culpa do goberno tamén)... E como me tocou seguir, e sigo, a campaña do PP, estou seguro que non sacarei o frío do corpo en moito tempo... Terei que acostumarme

Anónimo disse...

Deixe, deixe que veña o outono e santa Lucía e a galiña e tal, que cando antes veñan e pasen, antes nos chegará a luz e a calor da Primavera!

La queue bleue disse...

Vai chegando o fresco, si, Condado. As campanhas som como para deixá-lo a um teso, por outro lado. Vai haver que buscar o calor noutro lado.

Hehe, pois si, Kaplan, e quanto antes chegue a primavera, antes chegará o verao outra vez, mmmmm!

condado disse...

... As campañas non, as do PP. Teño seguido partidos de esquerdas e xamais tiven este frío. Puntualizemos...

La queue bleue disse...

Ok, puntualizado queda. Haverá campanhas e campanhas, como tudo na vinha do senhor.

paideleo disse...

Hai fotos que valen máis que mil poesías.
Esta é unha desas.

La queue bleue disse...

Oh, paideleo, que bonito! Muitas graças, como dizem os anglofonos, you've made my day :-)