quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Se as cançons falassem


Umha semana mais.

Passa o tempo, eh. As semanas, os quase-meses. Enfim, mas nom era da escorregadia inexorabilidade das horas do que queria falar eu.

Senom da música.

De como a música é umha merda.


Bom, nom a música exactamente, mas o seu poder de evocaçom. Bem sabemos que, do mesmo jeito que os cheiros que nos transportam a outros lugares e momentos, as músicas também trazem lembranças associadas, desde simples instantes a, sobretudo, completos enredos. E nom é preciso dizer o quanto detestável pode chegar a ser essa qualidade em ambas as duas sensaçons.

Bom, nom detestável exactamente, mas incômoda, como um guisante debaixo do colchom. E também frustrante! Estamos um dia qualquer tranquilamente a escutar a rádio e de repente soa umha cançom genial, que nos encanta. E nesse momento, com aleivosa simultaneidade, como quem nom quer a cousa, atopamo-nos de volta nesta, naquela ou na outra infausta história de mais alá.

Bom, nom infausta necessariamente, mas embaraçosa e desaprazível, quase ignominiosa e, sem dúvida, inconveniente aos olhos da nossa estoica imagem actual e, por que nom confessá-lo, um tantinho de nada turbadora. Que si, que si, que o passado, erros e pecados incluídos, é o que nos forma e nos fai ser o que somos agora e devemos estar agradecidos, nom nos arrepender e blablablá, o que se queira. Mas, caramba, nestas respeitáveis idades a que chegamos e ainda perseguidos por certos velhos torpes desacertos? Até quando, ó omnipotente e imisericordioso Cronos, até quando? *ehem* ...Creio que me passei de dramatismo, saibam desculpar...

E recuperando a compostura, assi é, enfim, queridos meus, como as músicas perdem a virgindade, digo, a neutralidade e ficam marcadas para sempre. Já nunca se pode desfrutar de extraordinárias peças musicais sem que venham acompanhadas desse familiar desassossego, sem por isso deixar de ser, ai, fantásticas e que ouviriamos sem parar.

Bom, já nunca ou a nom ser que algumha experiência nova sobreescreva a velha. Ainda que tendo em conta os precedentes: "virgencita, que me quede como estoy".

Pero entom, dirá o perspicaz leitor, nom pode ser que as músicas traiam também boas recordaçons? Pois... nom, francamente, nom. E se isso se deve a umha natural querência das harmonias por reminiscências de duvidoso prestígio ou a umha trajectória carente de episódios sem tacha pola minha parte, nom é cousa em que agora vaia aprofundar.



A minha menina - Os mutantes


[Imagem: Music de byluluka / / CC BY-NC-ND 3.0]

4 comentários:

condado disse...

A meninha está como unha cabra... Mesmamente

La queue bleue disse...

Hehehe, como umha cabra si, mas de Cachemira! ;-)

Anónimo disse...

Cabra ou non, desexo que teña un bon nadal e que pase os mellores e máis felices días en compañía dos que a queren.

condado disse...

Que venga mejor el doce señoriña, si es que el once vino mal, que no creo (por lo poco que escribe).
Va un abrazo!