terça-feira, 13 de março de 2007

Como o mundo é o mundo e a gente é a gente (nois é nois), penso que nom estaria de mais continuar (fazer) a quase campanha de receitas para a alegria (ou contra a tristeza, que parecem antónimos mas nem sempre) encetada uns posts atrás.
Porque às vezes parece que nom se pode ou que nom se deve, que nom está na moda,
que é impossível
ou que é de mau gosto ou
que é interdito ou
que nom é politicamente correcto ou
que é estranho de tão raro
ou então que não é primavera adiantada.



Entom, assi, baixinho, ao ouvido, leiam isto, que conhecem, de certeza:

Defensa de la alegría

Defender la alegría como una trinchera
defenderla del escándalo y la rutina
de la miseria y los miserables
de las ausencias transitorias
y las definitivas

defender la alegría como un principio
defenderla del pasmo y las pesadillas
de los neutrales y de los neutrones
de las dulces infamias
y los graves diagnósticos

defenderla alegría como una bandera
defenderla del rayo y la melancolía
de los ingenuos y de los canallas
de la retórica y los paros cardiacos
de las endemias y las academias

defender la alegría como un destino
defenderla del fuego y de los bomberos
de los suicidas y los homicidas
de las vacaciones y del agobio
de la obligación de estar alegres

defender la alegría como una certeza
defenderla del óxido y la roña
de la famosa pátina del tiempo
del relente y del oportunismo
de los proxenetas de la risa

defender la alegría como un derecho
defenderla de dios y del invierno
de las mayúsculas y de la muerte
de los apellidos y las lástimas
del azar
y también de la alegría.
(M. Benedetti)

6 comentários:

josé cunha-oliveira disse...

xiiii! que che deu, moça?
é assim tão proibido falar de alegria? quem proibe?

La queue bleue disse...

:D
É apenas umha maneira de falar. É que parece que andar alegre nom está na moda, nem que fosse pecado! :)
A alegria nom é visível, nom é como a indignaçom, o desespero, as lamúrias, a circunspecçom dos assuntos sérios, essas cousas. Às vezes, dá a impressom de que sempre estám mais presentes, como se notassem mais... nom sei...

josé cunha-oliveira disse...

acho que acordaste filósofa. só isso.
dáche moitas vezes?

La queue bleue disse...

Hehehehe. Felizmente, não!!

Graças a deus, tendo mais para a frivolidade, darling ;)
Mas, deixando de fazer charme, acho que simplesmente é umha espécie de revolta contra a saudade como doutrina oficial :P
Hai que aproveitar os dias de sol! ;)

Anónimo disse...

a alegria nom é nada sem a tristeça. como se torna dumha para a outra? todo é tam volatil nestes tempos... quem quer alegria sem motivos, alegria porque sim?

La queue bleue disse...

Nom me entendeche. Claro que ng falou em desbotar a tristeza! Sem branco nom se pode apreciar o negro.
E claro que nom é alegria porque sim, hai motivos!!

Tás a ver, viajante, tás a ver o que digo? O da saudade oficial? Só nós mesmo, caralho! Nom sei o que se passa neste canto no noroeste, mas caramba!