______________________ Este era um post que tinha pendente já onde vai, abandonado colhendo pó na caixa dos rascunhos, mas é tam brilhante que vale a pena ainda partilhar, inda que seja um chisco out-of-date, hehehe.
Acontece que, como depois de cada começo de ano em março, e tras um breve abril, tolos maio, junho, julho e, dependendo, algumha vez agosto, é época de trabalho extra por culpa de terceiros ciclos com vocaçom de eternos e, como cada ano, dizia eu, agarro-me a um estilo ou a algum artista em particular que me acompanha nas minhas longas horas de noctívaga. Todos os anos a mesma história. Nom deixa de ser umha mania terrível porque depois, mais adiante, cada vez que certa música, timbre de voz ou ritmo tropical me passa por diante, trai a remolque o cérebro embotado, o peso dos dias, os termos, o tema em questom e toda a tropa da sensaçons associadas, mal raio partira o Pavlov... Ademais disso tudo, é maio* e, apesar de ou sobre tudo por estar eu a ponto de regresso e porque isto nom é a França, também porque som eu a estranhar tanto, tanto, a pensar tanto, tanto e a distinguir cada vez menos ao longe a incerteza dos passos que hei-de dar. Por nom falar do que falta por cantar.
_________________ *A música que menciona o maio e que dá título ao post foi a primeira que me fixerom conhecer deste home, já choveu, e nom podo evitar deixá-la caír por aqui, porque nom me canso de ouvi-la. Neste momento, poderia ter umha lista de reproduçom com só 3 ou 4 cançons umha vez e outra vez e umha vez e outra vez e tam feliz e estremecida. O que me fai duvidar é se som as cançons as que se me adaptam às cousas que me passam ou eu que depois de escutá-las começo a ver o que me interessa. Por nom falar do que me estám a prestar as músicas estas sem estribilho, com a paradoxal necessidade que eu tenho (e todos temos, atreveria-me a acrescentar) de rotinas onde me apoiar. Nom sei, nom sei, será o dormir pouco, a dispersom intelectual, o sol, o sol de maio, as hormonas, as vitaminas, a idade, será "ai, que raio de LQB..." mas este ano tocou ficar adicta às "lamechices", como quem diz, que se lhe vai fazer, e aos cantoressimpáticos e com acento mexicano.
Umha das perguntas dos exames orais era "¿Crees que la adolescencia es la mejor etapa de la vida?". Cada um dá umha resposta mais pintoresca que o anterior. E eu, eu miro para eles e nom podo evitar que me enterneçam. Total, que si, que se nom é, bem se lhe parece.
1. Onde vai que cortei por ultima vez o cabelo. Agora medrou, mádia leva, que tamém é o único que tem para fazer e está nesse estado no que parece que foi cortado à machada. E ainda assi queda-me divinamente, oye.
2. Já sei que parece que estou sempre co mesmo, que mona estou e que estupenda, mas que querem, estou contenta e necessito proclama-lo para próprio solaz e, óbvio, invejas de outrem.
3. Mover os móveis de vez em quando é umha necessidade, umha renovaçom, umha apropriaçom do espaço. E tam reconfortante!
4. Esperem que agora toca pôr-se sonhadora: hai umha cousa mágica nas aplicaçons do google (ao menos que eu saiba no gmail e no reader, como se a reader nom fosse la que viste y calza, vai-che boa) que é o de estrelar os posts ou elementos de que gostas. Ao menos eu nom paro de conceder estrelinhas aí alegremente a textos ou imagens que me tocam; e do que mais gosto é de pensar que existe a possibilidade de encontrar-me aí toda constelada quando chegue o dia em que os revise. E mesmo que nom os revise nunca, reconforta-me a ideia de que essa restra de estrelinhas pixeladas formada polas cousas de que gosto som eu.
5. Enfim, pouca visom comercial a minha, que já se sabe que a alegria nom vende, mas ainda assi estou atenta à minha cabeça e sei que tenho que cortar as pontas porque estám começando a colher um aspecto palheiro palheiro. [Imagem]
Vejo na Selva um arómatico meme de 10 cheiros e animo-me. Mais que nada por aquilo de lhe ir tirando o pó aqui ao bloguio.
Os produtos de fregar o chao com cheiro a pino ou limom ou cousas dessas.
Madeira.
Café.
As padarias; especialmente cedo pola manhanzinha.
Protector solar.
Churrascada.
Canela.
Limom.
As plantas: hortelam; manjerico; herba luisa, quanto tempo...
E já o deixo por aqui.
Carai, foi bastante bastante difícil. Que pouco uso o nariz! Conscientemente, polo menos...
[Imagem] _______________________________ É fantástico é o poder de evocaçom que tenhem os cheiros, non é? E a intensidade com que se associam a momentos, lugares, épocas.
[Labels, do portfolio de Ángel Rivera, via Codice Binario, blog de estonteantes imagens, e outras cousas] __________________________ Sentimo-nos assi? Por quê? Todas? Quando si ou quando nom? Dizem-nos essas cousas? Quem? E que outras cousas? Algumha ideia do equivalente para homes?
1. Passar o ferro? Passar o ferro? Alguém falou em passar o ferro? Se hai cousa que odeie profundamente é passar o aspirador... Prefiro mil vezes varrer... Si yo tuviera una escoba, cuántas cosas barrería...
2. Tenho umha espécie de torticolis só que nom é exactamente no pescoço nem é de dormir, senom dalgum malaventurado movimento ao saír da ducha. Afecta a umha linha que começa com certa suavidade no lado direito pescoço e vai até à beira esquerda da omoplata direita cumha leve inclinaçom e nom tam leve contundência, valha-me a precisom.
3. Misteriosamente desapareceu com ocasiom da sessom de ioga, sem ressentimento apreciável entre estira por aqui, estira por acolá, passa umha perna por riba da cabeça and so on.
4. Se quadra foi um castigo divino por andar entreter as neuras a pensar na terrível carga com que nos gratificou o Criador ao fazer-nos seres rapida e facilmente sujos e cheirosos, instaurando a consequente necessidade de ter que passar polo trem de lavado com insidiosa frequência (por nom falar da trapalhada essa da cultura, a sociedade, as convençons...). Por que, vamos ver, já pensou alguém no tempo que se perde com tanto ispa-se-molhe-se-enxaboe-se-enxaugue-se-seque-se-vista-se?
5. Qualquer desculpa é boa para aliterar-se!
6. E nom me venham com histórias, que é um prazer a ducha pola manha, que se depois de suar, que tumba e dá-lhe. Quem pode realmente gostar disso? Os nenos, filhos de dios e testigos do demo, odeiam banhar-se. E com razom. É que hai alguém que aguente com gosto o fatídico momento de pechar a bilha e ficar molhado como um pito à mercê das correntes de ar e em pelotillas inda por riba?
7. A propósito, nom sei se será da idade, que nos vamos consentindo cada vez mais, sem tempo nom era, mas o certo é que eu cada dia vejo-me mais mona, chico.
8. E antes de dizerem que nom som bem guiada, lembrem que os tolos e os nenos, outra vez, som os que dizem as verdades.
9. A falsa torticolis voltou depois do ioga. Nom me fagam mirar para a esquerda, moços jeitosos venham de frente ou pola direita.
10. Poida que seja de tanto chá com leite.
11. E nom será da auga?! Calcária que nem o demo, que um dia vou ter que declarar o escorredor zona de interesse geológico em vista das estalactites que se formam nas colheres assi que me distraio, caramba.
Hai algumha cousa nisto de sentir-se como se acabaram de malhar num como no centeio verde que, chamai-me ignorantinha, nom me acaba de quadrar exactamente com a ideia que eu tinha do ioga...
As colas, as esperas, as presas, madrugar, o stress de ter que voar parece que se esvai quando quase horas depois o aviom finalmente mergulha o nariz no oceano de nuvens acolchado que se perde esponjoso e soalheiro no horizonte. Entom, ai, essa sensaçom de estar a descender no estômago e a Ribeira e o esplendor da Foz do Douro, agora a imensidade do Atlântico e a costa direitinha de Portugal, os coches como Micromachines, umha carpa de circo, a gente pequeninha, mais colas e mais esperas. E daquela tu.
Às vezes está um tranquilamente (demasiado, se quadra) na sua vida com as suas cousas quotidianas e vam um filme ou um gesto ou um partido de baloncesto ou um filme e um gesto e um partido de baloncesto e metem-nos umha gana estonteante de escrever umha carta directa ao passado.
(Daquela, pensamo-lo umha vez e meia e acabamos vindo ao blog postar qualquer cousa que nos alívie a urgência.) (Isso e limpar a casa de arriba a abaixo.)
1. Parece que ultimamente só dou com histórias de pobres homes, tímidos habitualmente, com umha sorte discutível nas chamadas relaçons com o sexo oposto, que destilam umha misoginia que eu cria superada, é o que tem viver nos mundos de Yupi. As mulheres, essas criaturas incompreensíveis e inexplicáveis que, segundo os ultimos estudos empíricos, parecem obter um sádico prazer de destroçar as almas e o amor próprio dos incautos que ousam acercar-se a elas, com reverencial respeito, por descontado. Isso considerando que nom o fagam em dias de pre ou plena menstruaçom, porque entom a cousa vai além do plano espiritual e deixam tolheitos e aleijados por onde quer que as femininas entidades passem. Em realidade, me sopla la polla se é biologica ou geneticamente certo que somos iguais, para mim que todo o mundo é mais igual do que pensa, programaçons culturais à parte, porque ainda que fosse verdade que somos intrinsecamente diferentes, branco e preto, auga e azeite, considero que é muito mais higiênico nom promover a animadversom por amor à arte ou polo amor de deus, haja paciência.
2. Como me repito, porra. Com o simpática que era eu quando era nova, é-che umha pena, que di meu tio. Se quadra é só que ando a mirar demasiadas so-called comédias românticas.
1. Começar o ano cumha gastroenterite galopante e umha viagem quase-agônica... 2. Agora tentarei pôr em dia as leituras dos blogs de cabeceira, intoleravelmente abandonados. 3. Mimadrinha, tanta cousa por comentar descomentada! Nom que os comentamentos descomentos aqui da jê sejam grande cousa, grande cousa é a que passa em tanto tempo em que desconectamos! 4. Em realidade, o ano começa em Março e eu começo este falso começo de ano mais arisca antissocial do habitual. Será da idade, da idade dos outros, claro. 5. E as semanas em martes. Nem te cases nem te embarques. 6. O outro dia, já nevou, quando baixava das distantes planícies do aeroporto, no trem, vim umha mulher que eu diria que era modelo, alta, delgada, eram duas em realidade, morena e loira, a morena, digna de quadro de Modigliani. 7. Igual nom era modelo, porque parecia algo mais velha da idade que eu imagino que tenhem as modelos. Iam, isso si, as duas vestidas a lo bohemio-clochard? Será isso que na city chamam trends. 7. A neve é umha merda. Bonita? A bonitura dura-lhe 2 minutos. Está fria, é escorregadia, é incómoda e, sobre tudo, interrompe o curso natural de autobuses e trens. Dura dias e dias e dias. 8. E inda bom foi que desta vez nom se converteu em gelo. 9. Eu nom sei se é por diferentes latitudes espaciais, se se trata de diferentes amplitudes de onda, ou é que a literatura fixo muito mal no mundo e o cinema acabou de montá-la estendendo e estandarizando, visualmente falando, quem sabe, por nom falar da musica, deus santo, da musica! O caso é que falamos distintas línguas. Ninguém me quer consolar e explicar-me que nom, que é social/cultural, de verdade, e que, em realidade, acontece o mesmo quando os pares som XX e XX e XY e XY, que nom me preocupe? 10. Se eu pensava que a neve era má era porque nom tivera o prazer de conhecer a neve a meio derreter...
I Desde que dedico eternos minutos a passar o ferro, tenho tempo para pensar. Cheguei à conclusom de que tudo é um problema de ritmo, pace. Nom fosse o tempo pouco e pouco como pingas em estalactites e o problema seria outra cousa. Mais relaxada, óbvio. Entretanto, ainda bem que se pode ir escrevendo algum tipo de application forms. II Já ler e outra cousa. Vale-che para confirmar a sensaçom de segurança inerente aos acentos bem postos ou para adornar a vida, nom fosse o tempo fazendo-a anódina e o deinde philosophari seria umha bagatela.
III Mais vale tarde que nunca, disque. Assi que de hoje de hai uns dias num ano! Espero que seja bom para todos :)